quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Trem-bala - Martha Medeiros

"Trem-bala" reúne uma série de crônicas escritas por Martha Medeiros, uma das mais importantes cronistas brasileiras da atualidade, entre os anos de 1997 e 1999.  Apesar de muitas crônicas terem sido escritas há mais de 20 anos, elas ainda tem aquele poder "atemporal", tratando de assuntos importantes para a atualidade, como o papel das mulheres na sociedade, críticas as diversas "formas" de entretenimento, política e preconceito. Ela também fala sobre suas "neuras" e opiniões de alguns livros/filmes vistos na época.

O que me encanta nas crônicas de Martha é a forma simples e descontraída que escreve, onde você acaba se identificando uma hora ou outra com situações cotidianas que ela expõe em seus textos. Das crônicas contidas neste livro, recomendo:

"As boazinhas que nos perdoem", "Crônica do imediato", "Homens x Mulheres: empate técnico", "A dor que dói mais", "Absolvidos pela conversão", "Pobre Ratinho rico" "Existir, a quem se destina?", "Kit felicidade", "Caminhando e cantando, "O repouso das coisas", "Pai-nosso" e "Trem bala", que dá o nome ao livro.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Sobre seguir

Todos passamos por momentos difíceis em nossa vida, e não é diferente comigo. Aprendi a ter tudo da forma mais fácil (as coisas na minha vida, na verdade, aconteceram muito rápido), e quando tudo saiu fora do meu próprio controle, me afundei nos meus próprios pensamentos.

Na penúltima entrevista que fiz, a recrutadora me perguntou qual foi o momento mais difícil que eu passei em minha vida, e como superei isso. Não foi nem um minuto para eu pensar "esse momento". Porém, eu não disse isso. Ali eu senti que não tinha sido sincera comigo mesma, ali eu vi também que não ia passar na entrevista, pois minhas frases tinham uma insegurança extrema (rs), porque, óbvio, não fui sincera.

Mas para mim, esse tem sido meu pior momento. Passar por uma demissão não está sendo nada fácil, pois vira e mexe, eu lembro de toda minha trajetória até aqui, apontando meus erros. Também tenho dificuldade de aceitar o que aconteceu e admitir que continuar não era mesmo a melhor opção.

Ao mesmo tempo, esse tem sido um dos meus melhores momentos. A pergunta da recrutadora também tinha a parte de superação, e tenho me superado a cada dia.

Se superar nem sempre é ter um novo emprego, ou criar outro negócio (como vejo em muitos textos motivacionais por aí, após a pessoa ser demitida). A minha superação tem a ver com meus sentimentos e como tenho me visto como pessoa.

Descobri por meio do coaching, que sou uma pessoa que busca eternamente pela perfeição, mesmo sabendo que ela não existe. E por querer buscar tanto essa "excelência", acabo me "mutilando" aos poucos, e quando vejo, eu própria já me sabotei. Não admito um elogio, não acredito quando falam que gostam de algo em mim, tenho que dar resposta para todos e acho que "todos" estão contra mim. Enfim, me desmereço.

Eu descobri que não sou perfeita, e chorei com isso. Mas estou aprendendo aos poucos a me aceitar, e fazer o meu melhor das situações que foram apresentadas, ainda que não dê certo.

E isso tem sido bom.

Portanto, passar por essa demissão, de alguma forma, está sendo algo "libertador", principalmente para minha alma e como me vejo. Estou aprendendo a agradecer por tudo que passei, sendo bom ou ruim. Porque tudo é experiência, tudo tem uma razão. E eu sei que nunca vou me esquecer do que passei, das minhas dores, mas posso usar elas como uma aliada, para me transformar em algo melhor, quiçá uma nova versão de mim.

terça-feira, 17 de julho de 2018

Pensamentos

Já passou mais de um mês da correria, de levantar cedo, de tomar aquele café da manhã reforçado na padaria (no qual até a garçonete já sabia de cor), de rir com as piadas/ palhaçadas, de experimentar novos pratos e ouvir as experiências incríveis...
Parece hoje em dia tudo muito longe, e me pergunto se pode não ser tudo da minha cabeça. Mas não é. Foram poucos anos vivendo uma das melhores experiências. E quando tudo acaba, a cabeça dá um nó. Parece até um fim de namoro: a gente se perde, não sabe como seguir. No fundo, a gente sabia que não estava dando certo, mas a cabeça insistia em continuar com aquilo. Não desistir.
Tem dias que é difícil acordar e ter vontade de continuar. A sensação de incapacidade parece dominar todo o corpo, as perguntas não respondidas dentro da cabeça, a dor ao ver todos aparentemente felizes e a comparação constante disso com minha vida.
São pensamentos constantes, difíceis de  deixar de lado.  Mesmo que eu os compartilhe, nunca vão sentir o que estou sentindo. Eu sou intensa e parece cada vez mais difícil seguir em frente.
Só sei que preciso sair disso. Só ainda não sei como vai ser o processo.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

E eu me pergunto o que é que sou, vai ver eu não sou mesmo nada

E é com esse título que começo meu texto hoje.

Foram tantas mudanças em um mês que eu não sei como me localizar, e fico me perguntando: "Será que valeu a pena? Será que significo algo?"

Há dois meses atrás, se me perguntasse isso talvez as respostas fossem diferentes, e eu poderia estar mais confiante do meu futuro e dos sonhos que queria trilhar. Eu até neguei outras oportunidades por essas certezas. 

Mas é engraçado como tudo muda em um segundo - um dia, aliás - e tudo aquilo que você acreditava desaparece: as pessoas que confiava e que achava que queriam seu bem, talvez não queriam tanto assim. O emprego perfeito e a harmonia da empresa, na verdade só estava em minha cabeça, que nunca quis ouvir os outros.

E em minutos, eu já consigo escrever mais do que um ano passado inteiro, chorar mais do que nos últimos 4 anos, e de novo me perguntar (após tanto, tanto tempo):

Que futuro seguir, afinal? 
Será que estou no caminho certo ou estou me cobrando demais?
Será que sou boa no que faço ou foi sorte do destino?
O que sou, afinal?
É melhor desistir?

E como a Mallu Magalhães diria: "Eu penso tanto em desistir, mas afinal, não ganho em nada"...

E bom, é por isso que agora não vou desistir. Vou tentar e tentar. Tentarei.

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Resenha: Livro "A Seleção" (The Selection), de Kiera Cass

Hoje vou falar sobre uma coleção de livros que me agradou bastante nessa última semana: A Seleção.

Ele é composto por três livros: "A Seleção", "A Elite" e "A Escolha". Também depois desses livros foram lançados mais dois "A Herdeira" e a "Coroa", que se passam quase 20 anos depois desses acontecimentos, mas esses últimos ainda não li.

Hoje vou falar do primeiro livro e pode conter spoilers:


A história se passa num mundo "pós" Estados Unidos: Illéa, um país monárquico, onde a população é separadas por castas: são 8 no total, onde a "Um" é a mais rica e a "Oito", a mais pobre.

As castas separam a população de Illea e determinam o que você será: A casta cinco, por exemplo, são compostas apenas por artistas (fotógrafos, pintores, cantores, músicos). Se você nasceu nessa casta, precisará ter uma dessas profissões, e dificilmente vai ser de outra casta (a não ser que seja uma mulher e case com um homem de casta superior).

Por isso, que "A Seleção" é tão cotada pelos habitantes desse país. É um reality show onde 35 garotas competem para conquistar o coração do príncipe e assim, melhorar sua vida e de sua família. Menos para America Singer. Ela é uma garota da Casta Cinco, que tem um relacionamento escondido com Aspen Lenger, da Casta Seis, e é razoavelmente feliz com o que tem (mas já passou fome e dificuldades junto à sua família).

Quando é anunciado que terá uma nova seleção para conquistar o coração do príncipe Maxon, a mãe de America é a primeira que deseja inscrever sua filha. America reluta com essa decisão, mas depois de até mesmo Aspen achar importante ela se inscrever, ela toma coragem e preenche o formulário.

Ela tinha praticamente certeza que não seria escolhida. Mas a certeza vai por água abaixo quando o Jornal Official (programa de TV) anuncia as selecionadas. Sim! America Singer era uma delas, e depois disso, sua vida nunca seria a mesma.

Ela começou a receber várias pessoas em sua casa para entrevistas, fotos, regulamentos que teria que seguir na casa da Família Real, e seu coração sofria por ter que deixar sua família (principalmente seu pai, que tanto amava) além de seu grande amor - foram dois anos - Aspen. Mas um dia antes de anunciarem, ele tinha terminado com ela, o que foi muito doído.

Depois de todo esse preparo, ela parte para o palácio. Ao sair de casa, as pessoas já a reconheciam. Queriam autógrafos, falar com ela, enfim! Ela não nega, mas é óbvio que achava tudo muito novo. E tinha que seguir:

"Tomei coragem para enfrentar o que estava por vir. Eu me fiz de forte. Enfrentaria o que surgisse. Quanto ao que tinha ficado para trás, decidi que era melhor assim: deixar para trás." 

Ao chegar no aeroporto, conhece algumas concorrentes: Celeste, uma Dois, modelo e celebridade, e Marlee, uma Quatro, e que se transforma na sua melhor amiga.

Ao chegar no palácio, percebe a diferença entre sua casta e a Um: a comida é melhor, há um quarto só dela, criadas que cuidarão de todos os seus vestidos (e sim, ela teria que vestir vestidos)....mas ela só queria sair dali, e nunca mais voltar. Na calada da noite, tenta sair para o jardim, para pegar um ar. Mas era proibido, e descendo as escadas e tentando sair, ela praticamente desmaia de pânico por estar naquela "jaula", como chamava o palácio.  Mas aparece alguém para liberá-la ao jardim, que passara por ali. Sim, o príncipe Maxon.

Era a primeira vez que ela o via, e que ele via alguma das selecionadas. Ela começa à xingá-lo, pois não queria estar ali. Ele ainda assim leva aquilo tudo na esportiva, já que estava nervosa.

“Ele ficou confuso com a minha resposta. Acho que esperava que o adorássemos e agradecêssemos aos astros por sua existência.” 


E mesmo depois de todas as ofensas, eles viram amigos no outro dia e ela decide ficar (sim, ele deixou ela decidir). Pela comida, pela sua família, para seguir em frente e para ajudar o príncipe Maxon a achar a pessoa certa. 

Ao desenrolar da história, a amizade dos dois começa a ficar mais forte, e eles se apaixonam. E é impossível não se apaixonar pelo príncipe Maxon. Ele é tudo que uma mulher precisa. Romântico, carinhoso, amigo, batalhador e trabalhador, atencioso...

O príncipe é com certeza a melhor parte da história (rs). Porém, uma pessoa aparece no palácio e pode acabar com o namoro dos dois - Aspen.  E deixa America indecisa sobre com quem ficar, se ela quer continuar na Seleção.

E é por esses motivos que o livro é impactante, viciante e faz com que terminemos todos em uma semana (ou menos). É impossível não se ligar à história, aos sentimentos de America e tudo aquilo.

No final do livro, sobram apenas 6 garotas, que formam "A Elite", o segundo livro da série. E vale muito a pena continuar a ler o segundo livro e ver como a história se desenvolve (em breve, falarei sobre ele). 

Vale a pena cada minuto!

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Sobrevivendo ao caos

É duro sobreviver ao caos. À rotina diária. À falta de organização e de sentimentos. À desconsideração por todo esse tempo que estive ali.

É ruim saber que quando tudo estava melhorando, tudo desmorona, mas você precisa ir até o fim para aplaudir o caos  que foi instaurado e ver ele ser reorganizado, em outro lugar, sem minha presença.

É péssimo pensar que sou só mais uma agora no meio desse mar de gente que sofre e que busca todos os dias algumas poucas razões para continuar.

É estranho pensar o que vai ser depois de Junho. O que posso planejar da minha vida? Para onde vou dar todas as minhas energias?

Eu sei que tudo não estava bem. E tudo não estava bem a muito tempo. Mas é que nem aquela música do Los Hermanos: "Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir..."

Então deixa eu acreditar que no futuro tudo vai melhorar. Que eu vou conseguir algo melhor e que não vou mais sobreviver ao caos, pois o caos não vai estar mais lá.

Deixa eu pensar que vou ser feliz.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Palavras, sentimentos e promessas

Há algum tempo não escrevo por aqui! 

Talvez por vergonha, medo, insegurança do que os outros vão achar. Mas sinto a necessidade de fazer isso, pois por algum motivo, as vezes os sentimentos de consomem dentro da gente e se não falamos, vamos "morrendo" aos poucos.

Taí. 

Às vezes é assim que me sinto: estou morrendo aos poucos, com medo dos próximos passos, do que o futuro me reserva.

E eu não sei exatamente o que fazer. Não tenho vontade de escolhas, perspectivas, ideias.

Só sei que queria ser mais do que sou hoje: mais importante, responsável, ativa, amiga.

Mas só nado, nado, nado e continuo no mesmo barco: na mesma vida, obrigações, conceitos.

Enfim, estou vivendo. 

Mas como disse, morrendo aos poucos.

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