"Fazia-se tanto tempo que a bela moça tinha largado o rapaz, com quem teve uma paixão tão intensa e verdadeira (por parte dela, é claro!), mas, mesmo assim, como toda desilusão, ela ainda vivia inconformada, amante daquele mísero, não o esquecendo nem mesmo nas férias ou no carnaval.
Ficava com outros rapazes, mas nenhum lhe satisfazia como aquele grotesco rapaz! E então chorava! Ó, como a menina doce e meiga chorava pelos cantos...pobre coitada. Também, aonde foi amarrar seu burro? Ela sempre soube que o menino nunca prestou. Desde cedo ele já tivera desgostos na vida, se transformando num belo cafajeste, como a moça mesmo dizia. Só que ela não podia fazer nada: amava seu sorriso, seu cabelo, suas formas circulares que te traziam paz. Até mesmo suas loucuras, suas "filosofias viajantes" e sua voz ela amava. Amava sem saber porquê. Amava por amar, e só. Mas não era correspondida. A pobrezinha queria que ele o amasse da mesma forma...sempre mimada, pedia aos quatro-ventos: me-dê-amor-por-favor-volte-meu-amor. Por mensagens, por internet, ao vivo ou em cartas. Mas ele, além de cafajeste, também era burro. Nunca viu beleza na moça, nem mesmo no seu sorriso...
E passavam-se o tempo: horas, dias, meses...tempo, tempo, tempo...e ele sabia do tamanho amor que a menina levava no peito por ele. É lógico! Estava estampado na cara da garota: assim que ele passava pelo corredor da escola, ela o olhava. Assim que ele falava com alguém, ela sentia ciúmes.
E um dia, o feio moço (que aos olhos da menina, era lindo) veio lhe falar que aquilo não era vida não. Veio lhe dizer para esquecê-lo. Deletá-lo da memória, das lembranças. Acordar. A moça não sabia como fazer isso. Mas ouvia, como um túmulo, as palavras do garoto, que iam rasgando sua alma aos poucos, ia tomando seu corpo e seu pensamento.
Ela não queria dizer "adeus" ao sentimento! Um sentimento tão bonito, tão delicado e doce! E por aquele idiota. Oh, meu Deus, o que as meninas de hoje tem na cabeça?
[...]
E ela não sabia o que dizer: tentava conter as lágrimas. Mas ele ia indo, e ia sem olhar pra trás...
E ela, moça tão ingênua e doce, amável e fiel, se tornou um quê de ódio e desconfiança depois da ida do garoto. Porque ele foi e levou-lhe levou tudo: o sorriso, o brilho dos olhos, a esperança, a alegria...
Só basta agora à garota reconstruir-se nesse terremoto que o moço fez em sua vida e em seu coração. "
Bye eu.
Um dos meus lados vitais, a paixão.
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