Meu amor está ali, na mesa ao lado, conversando e rindo feito uma criança. É incrível a forma como ele ri e encanta os outros com teu jeito descontraído. Ele toca, canta, dá gargalhadas, se finge feliz. Eu vejo as pessoas ao redor dele, todas com um brilho mágico nos olhos pensando: "como aquela menina pode perder um cara tão engraçado e legal como ele?". Mal elas sabem da nossa história, e mal elas sabem o que ele é de verdade.
Ele sempre sorri pra não chorar, mas guardar em seu peito uma mágoa que ninguém pode apagar. Quantas vezes eu o ajudei, quantas vezes eu o disse palavras amigas para ele se sentir um pouco melhor. E vê-lo ali, depois de nossas idas e vindas, risos e brigas, tentando ser o que não é me encheu o coração.
Será que ele não lembra mais tudo que fiz por ele? Todos os caminhos que andei ao seu encontro? Será que ele não lembra quando eu lhe fazia aquele carinho que ninguém dava?
Chorei. Chorei porque eu vi a melhor coisa do mundo longe de meus braços...
[...]
Agora ele está ali, lindo como sempre, tocando. Tocando a música que ele tocou pra mim naquele dia em que estávamos juntos. Ele está tocando sem olhar nos meus olhos, sem me beijar e sem pensar em mim (se é que já pensou algum dia). E naquela doce melodia....eu vou me perdendo ao vê-lo...as lágrimas vão caindo aos poucos...e ao fim da música, também me pergunto: "Onde está meu amor?"
sexta-feira, 30 de março de 2012
sábado, 17 de março de 2012
A esquina
"Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse. E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano. Ninguém acredita na gente: nenhum cartomante, nenhum pai-de-santo, nenhuma terapeuta, nenhum parente, nenhum amigo, nenhum e-mail, nenhuma mensagem de texto, nenhum rastro, nenhuma reza, nenhuma fofoca e, principalmente (ou infelizmente): nem você. Mas eu te amo também do jeito mais óbvio de todos: eu te amo burra. Estúpida. Cega. E eu acredito na gente. Eu acredito que ainda vou voltar a pisar naqueles cocôs da sua rua, naquelas pocinhas da sua rua, naquelas florzinhas amarelas da sua rua, naquele cheiro de família bacana e limpinha da sua rua. Como eu queria dobrar aquela esquininha com você, de mãos dadas com os pêlos penteados de lado da sua mão. Outro dia me peguei pensando que entre dobrar aquela esquininha da sua rua e ganhar na mega-sena acumulada, eu preferia a esquininha. A esquininha que você dobrou quando saiu da casa dos seus pais, a esquininha que você dobrou chorando, porque é mesmo o cúmulo alguém não te amar. A esquininha que você dobrou a vida inteira, indo para a faculdade, para a casa dos seus amigos, para a praia. Eu amo a sua esquininha, eu amo a sua vida e eu amo tudo o que é seu. Amo você, mesmo sem você me amar. Amo seus rompantes em me devorar com os olhos e amo o nada que sempre vem depois disso. Amo seu nada, apenas porque o seu nada também é seu. Amo tanto, tanto, tanto, que te deixo em paz. Deixo você se virando sozinho, se dobrando sozinho. Virando e dobrando a sua esquininha. Afinal, por ela você também passou quando não me quis mais, quando não quis mais a minha mão pequena querendo ser embalsamada eternamente ao seu lado. "BERNARDI, Tati.
segunda-feira, 12 de março de 2012
Breve história.
"Fazia-se tanto tempo que a bela moça tinha largado o rapaz, com quem teve uma paixão tão intensa e verdadeira (por parte dela, é claro!), mas, mesmo assim, como toda desilusão, ela ainda vivia inconformada, amante daquele mísero, não o esquecendo nem mesmo nas férias ou no carnaval.
Ficava com outros rapazes, mas nenhum lhe satisfazia como aquele grotesco rapaz! E então chorava! Ó, como a menina doce e meiga chorava pelos cantos...pobre coitada. Também, aonde foi amarrar seu burro? Ela sempre soube que o menino nunca prestou. Desde cedo ele já tivera desgostos na vida, se transformando num belo cafajeste, como a moça mesmo dizia. Só que ela não podia fazer nada: amava seu sorriso, seu cabelo, suas formas circulares que te traziam paz. Até mesmo suas loucuras, suas "filosofias viajantes" e sua voz ela amava. Amava sem saber porquê. Amava por amar, e só. Mas não era correspondida. A pobrezinha queria que ele o amasse da mesma forma...sempre mimada, pedia aos quatro-ventos: me-dê-amor-por-favor-volte-meu-amor. Por mensagens, por internet, ao vivo ou em cartas. Mas ele, além de cafajeste, também era burro. Nunca viu beleza na moça, nem mesmo no seu sorriso...
E passavam-se o tempo: horas, dias, meses...tempo, tempo, tempo...e ele sabia do tamanho amor que a menina levava no peito por ele. É lógico! Estava estampado na cara da garota: assim que ele passava pelo corredor da escola, ela o olhava. Assim que ele falava com alguém, ela sentia ciúmes.
E um dia, o feio moço (que aos olhos da menina, era lindo) veio lhe falar que aquilo não era vida não. Veio lhe dizer para esquecê-lo. Deletá-lo da memória, das lembranças. Acordar. A moça não sabia como fazer isso. Mas ouvia, como um túmulo, as palavras do garoto, que iam rasgando sua alma aos poucos, ia tomando seu corpo e seu pensamento.
Ela não queria dizer "adeus" ao sentimento! Um sentimento tão bonito, tão delicado e doce! E por aquele idiota. Oh, meu Deus, o que as meninas de hoje tem na cabeça?
[...]
E ela não sabia o que dizer: tentava conter as lágrimas. Mas ele ia indo, e ia sem olhar pra trás...
E ela, moça tão ingênua e doce, amável e fiel, se tornou um quê de ódio e desconfiança depois da ida do garoto. Porque ele foi e levou-lhe levou tudo: o sorriso, o brilho dos olhos, a esperança, a alegria...
Só basta agora à garota reconstruir-se nesse terremoto que o moço fez em sua vida e em seu coração. "
Bye eu.
Um dos meus lados vitais, a paixão.
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